Notícias Abaixo, respectivamente:
1- Listra de Júpiter desaparece!
2 - Astrônomos amadores ajudam NASA a captar tempestade em Saturno
3 - Da terra, Holandês consegue fotografar Estação Espacial
4 - NASA fará imagens 3D do sol com qualidade Imax
5 - NASA fotografa tempestade de areia
6 - Foguete da NASA destrói arco-íris no lançamento
7 - NASA põe ônibus espaciais antigos em promoção
8 - Mistério Marciano é resolvido!
9 - Supernova ou velha ? ________
Listra de Júpiter desaparece!
Júpiter, o maior planeta do sistema solar, perdeu uma de suas características listras, o que o deixou um pouco mais branco. O gigante gasoso é conhecido por ter duas listras mais escuras, ao norte e ao sul, e a segunda ainda era visível em 2009. O planeta passou um período muito próximo do Sol para ser observado, mas, quando voltou a um ponto visível, astrônomos amadores notaram que alguma coisa faltava. As informações são da New Scientist.
Apesar da surpresa, não é a primeira vez que essa listra desaparece. A primeira vez que se notou foi em 1973, quando a espaçonave Pioneer 10, da Nasa - a agência espacial americana -, registrou as primeiras imagens próximas do planeta. No início dos anos 90 ela também desapareceu temporariamente.
Glenn Orton, do Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena, na Califórnia, Estados Unidos, diz à reportagem que essas faixas aparecem escuras simplesmente por causa de mais claras e altas não costumam ficar ali, ao contrário de outras regiões do planeta, e, portanto, são visíveis as nuvens escuras e mais baixas. "Você está olhando para diferentes camadas das estruturas de nuvens do planeta", afirma.
Segundo o cientista, o cinto escuro desaparece quando nuvens esbranquiçadas se formam naquela região e bloqueiam as mais escuras. Contudo, os cientistas ainda não entendem o que causa essa formação de nuvens no sul de Júpiter. Ela ocorre em um período generalizado e misterioso de mudanças no planeta, quando as cores de outras listras e pontos do planeta também mudam. "Tinha um monte de coisa acontecendo", diz o cientista.
______________________________
Astrônomos amadores ajudam Nasa a captar tempestade em Saturno
A seta indica o local da tempestade e as marcas vermelhas mostram de onde Casini conseguiu obter informações (Crédito: Nasa)
Durante anos a NASA procurou informações detalhadas sobre as tempestades que acontecem na superfície de Saturno, mas só agora, com a ajuda de astrônomos amadores, conseguiu fotografar um desses eventos. As informações foram captadas pela nave Cassini, da Agência espacial, depois que os astrônomos enviaram dúzias de fotos da tempestade para a agência.
Os cientistas da Agência Espacial Americana sempre demonstraram interesse pelo que acontecia no chamado “caminho das tempestades”, localizado nas latitudes médias do planeta. Mas as tempestades apareciam e sumiam em apenas algumas semanas, enquanto os equipamentos da nave demoravam meses para serem “travados” no local e poderem capturar os dados.
No começo deste ano, a agência pediu ajuda para diversos astrônomos amadores e passou a enviar para eles dados sobre descargas eletrostáticas associadas a tempestades na superfície do planeta. Esse grupo, munido de seus telescópios "de fundo de quintal", começou a procurar pelas nuvens no céu de Saturno. Já em fevereiro, a NASA recebeu dúzias de fotos do planeta, vindas de vários cantos do mundo, de acordo com a agência.
Os cientistas que comandam a Cassini analisaram todas as fotos e descobriram uma tempestade se formando na mesma latitude para a qual estavam apontados os equipamentos da nave. Por sorte, eles puderam manobrá-los rapidamente para a região.
Nos dias 25 e 26 de Março, a sonda finalmente conseguiu alcançar a região e capturar a imagem que vocês vêem acima. Mais importante que a foto, no entanto, foi a análise espectométrica (que conseguiu informações importantes sobre a atmosfera e a temperatura do planeta).
Segundo o site da Wired, ele usou seu telescópio para conseguir localizar a estação no espaço e contou com um lance de sorte para conseguir a imagem ideal. “Os melhores resultados ocorrem de surpresa, quando o ângulo da luz, da visão, a distância e outros fatores do objeto são favoráveis”, diz Vandebergh.
Conforme o astrônomo amador destaca em seu Twitter, ele conseguiu fotografar a última novidade da Estação Espacial. No último mês de fevereiro, uma nova cúpula foi acoplada no resto do módulo, servindo de janela para os astronautas observarem o planeta Terra. Na imagem divulgada, ele usou um quadrado branco para destacar a cúpula.
O processo do dínamo está escondido da vista humana por cerca de 225.308,16 km de profundidade. Para chegar até ele, o SDO usa uma técnica familiar aos geólogos - a sismologia. Assim como eles sondam o interior da Terra por meio de ondas geradas por terremotos, físicos solares podem sondar o interior do Sol através de ondas acústicas geradas pela turbulência própria do sol fervente. Na Terra, essas ondas são facilmente convertidas em imagens claras. “É como um ultra-som em uma mulher grávida”, explica Pesnell.
Os físicos já descobriram como capturar e usar estas imagens, agora só falta algum diretor conseguir negociar com a NASA os direitos de produção. Vamos cruzar os dedos.
__________________________________
Quer pagar quanto? A NASA abaixou o preço que estava cobrando por dois ônibus espaciais que serão aposentados no final do ano. Agora, as raridades remanescentes dos anos 70 estão saindo por US$ 28,8 milhões cada uma, de acordo com o site do The New York Times.
Ao analisar em computador os dados de radar colhidos pela sonda, os pesquisadores puderam, como se estivessem retirando as camadas de uma cebola, verificar como a cobertura de gelo evoluiu com o tempo.
Uma das partes mais notáveis no polo norte marciano é a Chasma Boreale, uma depressão tão extensa como o Grand Canyon norte-americano, mas mais profundo.
Desde que foi descoberta, em 1972, cientistas estimavam que a depressão teria sido formada a partir do derretimento do fundo do manto de gelo pelo calor vulcânico. Mas o novo estudo indica que tanto a Chasma Boreale como as espirais foram criadas principalmente pela ação de fortes ventos, durante milhões de anos.
A nova pesquisa aponta também que a calota de gelo no norte marciano não é composta por muitas camadas relativamente planas, mas que conta com características mais complexas, entre as quais camadas com espessura e orientação diferentes ou camadas que simplesmente desaparecem em alguns pontos.
“Não se sabia da existência de uma estrutura de camadas tão complexa, que registram a história de acúmulo de gelo, erosão e ação do vento. A partir de agora, poderemos recuperar uma história detalhada do clima em Marte”, disse Holt.
Em 1982, Alan Howard, da Universidade da Virgínia, propôs em um artigo que as misteriosas espirais teriam sido formadas pela ação do vento, mas o trabalho foi ignorado pela comunidade científica, que bancava a hipótese da origem vulcânica. O novo estudo mostra que Howard estava certo.
Segundo Holt e colegas, a formação em espiral deriva dos ventos existentes na região, formados por ar denso e relativamente frio que circula a partir dos polos e por sobre as calotas.
A ação do vento é afetada pela força de Coriolis, perpendicular ao sentido do movimento do planeta. Na Terra, isso leva à formação de furacões, que giram em direções opostas nos hemisférios. Em Marte, essa força influencia nos ventos e nas depressões criadas, que assumem a forma de espirais.
A estrela de enorme massa que explodiu foi detectada por meio de telescópios em janeiro de 2005, pouco após ter iniciado o processo de explosão. Desde então, ao investigar a estrela, pesquisadores de diversos países verificaram que se tratava de um fenômeno inusitado.
Denominada SN2005E, a supernova fica na galáxia NGC1032, vizinha à Via Láctea. Nas análises feitas desde 2005, alguns cientistas concluíram que a quantidade de material ejetado pela supernova era muito reduzida para ter se originado de uma gigante que explodiu.
Além disso, sua localização, distante das regiões conhecidas e movimentadas nas quais as estrelas se formam, implica que se tratava de uma estrela mais velha que levou bastante tempo para se deslocar de seu berço natal.
Mas a assinatura química da estrela que explodiu não se encaixava no segundo tipo conhecido de supernova. “O resultado deixou claro de que se trata de um novo tipo de supernova”, disse Hagai Perets, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, primeiro autor de um dos artigos.
Os pesquisadores fizeram diversas simulações em computador de modo a tentar entender que tipo de processo poderia ter levado ao fenômeno observado. Uma importante incógnita é a assinatura química.
Um tipo comum de anã branca que explode (conhecido como supernova tipo Ia) é composto principalmente por carbono e oxigênio, o que é refletido na composição do material ejetado.
“A nova supernova é vazia de carbono e oxigênio. Em vez disso, é rica em hélio. Ou seja, é surpreendentemente diferente das demais”, disse Dae-Sik Moon, do Departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Toronto, no Canadá, outro dos autores do artigo.
“As simulações feitas sugerem que um par de anãs brancas estava envolvido, um roubando hélio do outro. Quando o hélio da estrela que roubou se eleva além de certo ponto, ocorre a explosão. A estrela roubada é provavelmente destruída no processo, mas não sabemos ainda o destino da estrela que roubou o gás”, disse Avishay Gal-Yam, do Instituto Weizmann, de Israel, também autor do artigo que defende o novo tipo de supernova.
Mas Koji Kawabata, da Universidade de Hiroshima, no Japão, e colegas defendem no outro artigo publicado na Nature que a SN2005E é uma supernova tipo Ib.
Segundo eles, a supernova deriva de uma estrela de massa gigantesca que explodiu pelo colapso gravitacional em seu próprio núcleo. O caso da SN2005E seria raro por a supernova se localizar em uma região sem sinais claros da formação de estrelas.
“As duas interpretações diferentes oferecidas pelos artigos ilustram a atual incerteza a respeito da origem dessas explosões. Mas a composição incomum do material ejetado pela SN2005E e outros eventos similares terão implicações importantes para diversas áreas da astrofísica”, disse David Branch, da Universidade de Oklahoma, em um artigo na mesma edição da revista com comentários sobre os outros dois.
Os cientistas da Agência Espacial Americana sempre demonstraram interesse pelo que acontecia no chamado “caminho das tempestades”, localizado nas latitudes médias do planeta. Mas as tempestades apareciam e sumiam em apenas algumas semanas, enquanto os equipamentos da nave demoravam meses para serem “travados” no local e poderem capturar os dados.
No começo deste ano, a agência pediu ajuda para diversos astrônomos amadores e passou a enviar para eles dados sobre descargas eletrostáticas associadas a tempestades na superfície do planeta. Esse grupo, munido de seus telescópios "de fundo de quintal", começou a procurar pelas nuvens no céu de Saturno. Já em fevereiro, a NASA recebeu dúzias de fotos do planeta, vindas de vários cantos do mundo, de acordo com a agência.
Os cientistas que comandam a Cassini analisaram todas as fotos e descobriram uma tempestade se formando na mesma latitude para a qual estavam apontados os equipamentos da nave. Por sorte, eles puderam manobrá-los rapidamente para a região.
Nos dias 25 e 26 de Março, a sonda finalmente conseguiu alcançar a região e capturar a imagem que vocês vêem acima. Mais importante que a foto, no entanto, foi a análise espectométrica (que conseguiu informações importantes sobre a atmosfera e a temperatura do planeta).
______________________________
Da Terra, holandês consegue fotografar estação espacial
O holandês Ralf Vandebergh gosta de se descrever como astrofotógrafo. Ele usa seu telescópio pessoal para tirar fotos de satélites e aeronaves que orbitam o planeta Terra. No último dia 4, ele conseguiu uma imagem rara: fotografou a Estação Espacial Internacional.Segundo o site da Wired, ele usou seu telescópio para conseguir localizar a estação no espaço e contou com um lance de sorte para conseguir a imagem ideal. “Os melhores resultados ocorrem de surpresa, quando o ângulo da luz, da visão, a distância e outros fatores do objeto são favoráveis”, diz Vandebergh.
Conforme o astrônomo amador destaca em seu Twitter, ele conseguiu fotografar a última novidade da Estação Espacial. No último mês de fevereiro, uma nova cúpula foi acoplada no resto do módulo, servindo de janela para os astronautas observarem o planeta Terra. Na imagem divulgada, ele usou um quadrado branco para destacar a cúpula.
______________________________
Nasa fará imagens 3D do Sol com qualidade Imax
Depois de viajar para o planeta Pandora com o filme Avatar de James Cameron, que tal uma visitinha cinematográfica ao Sol? O novo observatório de dinâmica solar da NASA (SDO), que será lançado ao espaço no dia 9, vai tornar isso mais próximo da nossa realidade. Os equipamentos do SDO capturarão a cada 10 segundos frames em 3D com qualidade suficiente para serem exibidos em uma tela de cinema Imax.
O SDO foi projetado para estudar a dinâmica solar mais profundamente do qualquer equipamento anterior da NASA. Seu conjunto de telescópios com múltiplos comprimentos de onda vai capturar imagens mais rápido e em maior detalhe do que todos os observatórios precedentes. Para se ter uma idéia, as imagens provindas de equipamentos antigos eram tiradas em intervalos de minutos e com uma resolução semelhante à que você vê na web e não em uma tela de cinema – muito menos uma tela Imax. E pasme: o SDO não para na superfície, ele consegue tirar fotos de dentro do sol.
"Entender o funcionamento interno do dínamo solar (processo físico que gera o campo magnético do Sol) tem sido o 'santo graal' da física solar", diz Dean Pesnell do Goddard Space Flight Center em Greenbelt, Maryland. Assim como ele, muitos cientistas ao redor do mundo têm tido seus estudos frustrados por falta de clareza e profundidade das imagens. “O SOD pode finalmente nos trazer as informações que precisamos”.O processo do dínamo está escondido da vista humana por cerca de 225.308,16 km de profundidade. Para chegar até ele, o SDO usa uma técnica familiar aos geólogos - a sismologia. Assim como eles sondam o interior da Terra por meio de ondas geradas por terremotos, físicos solares podem sondar o interior do Sol através de ondas acústicas geradas pela turbulência própria do sol fervente. Na Terra, essas ondas são facilmente convertidas em imagens claras. “É como um ultra-som em uma mulher grávida”, explica Pesnell.
Os físicos já descobriram como capturar e usar estas imagens, agora só falta algum diretor conseguir negociar com a NASA os direitos de produção. Vamos cruzar os dedos.
______________________________
Nasa fotografa tempestade de areia
A Agência Espacial Americana (Nasa) divulgou nesta segunda-feira foto de uma grande tempestade de areia assolou a região leste da China em 12 de março. O satélite AQUA fotografou o momento em que os ventos se formaram, atingindo desde as planícies ao Norte do país até o Mar Amarelo, na divisa da China com a Coreia do Norte. À esquerdada imagem, podemos ver grandes nuvens formadas pela mesa alteração climática que deu origem à tempestade.
Também podemos ver uma camada de neblina no canto inferior esquerdo da imagem. Para os cientistas da agência espacial, ela é composta pela fumaça de incêndios que atingiam o sudeste da Ásia no momento, e foi trazida para a região pelos ventos. A imagem em alta resolução pode ser vista no site da NASA.
__________________________________
Foguete da Nasa destrói “arco-íris” no lançamento
A Nasa já começou sua nova missão de exploração solar com um grande espetáculo no lançamento: o foguete Atlas V destruiu um parélio (espécie de arco-íris, confira explicação abaixo) que estava em seu caminho. Assista ao vídeo divulgado no site da Nasa. As imagens foram gravadas por Anna Herbst, uma garota de 13 anos que assistia ao lançamento no Cabo Canaveral.
Clique aqui para ver o vídeo
O parélio é um fenômeno que acontece quando a luz solar é refratada em cristais de gelo em forma de placas nas nuvens. Durante o lançamento, o foguete Atlas V, que carregava o Observatório da Dinâmica Solar da Nasa (SDO), passou pela luz colorida formada pelo parélio. O choque produziu ondas que destruíram o alinhamento dos cristais de gelo e, consequentemente, acabaram com a espécie de “arco-iris” no céu.
No vídeo, podemos ouvir a comemoração dos que assistiam ao lançamento na Flórida e não esperavam o acontecimento. O vídeo abaixo, gravado por Romeo Durscher, outro observador, mostra com mais clareza as ondas que dissiparam os cristais de gelo da nuvem (no 1m45s):
Clique aqui para ver o vídeo
O SDO é um observatório construído pela Nasa para monitorar a atividade solar e fornecer imagens com qualidade IMAX da estrela. O choque com o parélio, não interferiu no lançamento, pelo contrário, foi visto pelos cientistas da agência como um sinal de que a missão já começou bem.
__________________________________
Nasa põe ônibus espaciais antigos em promoção
Após não haver procura, agência espacial abaixa o preço de Endeavour e Atlantis, que agora saem por US$ 28,8 milhões cada.
Quer pagar quanto? A NASA abaixou o preço que estava cobrando por dois ônibus espaciais que serão aposentados no final do ano. Agora, as raridades remanescentes dos anos 70 estão saindo por US$ 28,8 milhões cada uma, de acordo com o site do The New York Times.
Segundo a companhia, a promoção se deve à baixa procura quando a venda das naves foi anunciada em 2008. O preço anterior, de 42 milhões de dólares, atraiu somente 20 compradores, entre museus e faculdades.
Uma das aeronaves, a Discovery, já está prometida ao Smithsonian National Air and Space Museum. Os novos compradores irão disputar a propriedade da Atlantis e da Endeavour. No preço cobrado pela NASA, estão inclusos o transporte para um aeroporto e sua armazenagem em um prédio com controle climático. As ofertas poderão ser feitas até 19 de fevereiro e as naves serão entregues no final de 2011.
A promoção também atingiu os motores dos veículos espaciais. Antes, eles custavam entre US$ 400 mil e US$ 800 mil. Agora, eles saem de graça, o comprador terá apenas que bancar o transporte.
_____________________________
Mistério Marciano é Resolvido
Um mistério de quase 40 anos em Marte acaba de ser resolvido. Cientistas conseguiram reconstruir a formação de duas características inusitadas no polo norte do planeta: uma série de espirais e um abismo maior do que o Grand Canyon.
Em dois artigos publicados na edição desta quinta-feira (27/5) da revista Nature, John Holt, da Universidade do Texas, e colegas descrevem como usaram dados obtidos pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, a agência espacial norte-americana, para desvendar a composição da camada de gelo no norte marciano.
Na Terra, os mantos são formados principalmente pelo fluxo de gelo, mas em Marte, segundo a nova pesquisa, outras forças têm moldado as calotas. A calota ao norte é uma pilha de gelo e camadas de poeira com até 3 quilômetros de profundidade, que cobre uma área maior do que a do Estado de Minas Gerais.Ao analisar em computador os dados de radar colhidos pela sonda, os pesquisadores puderam, como se estivessem retirando as camadas de uma cebola, verificar como a cobertura de gelo evoluiu com o tempo.
Uma das partes mais notáveis no polo norte marciano é a Chasma Boreale, uma depressão tão extensa como o Grand Canyon norte-americano, mas mais profundo.
Desde que foi descoberta, em 1972, cientistas estimavam que a depressão teria sido formada a partir do derretimento do fundo do manto de gelo pelo calor vulcânico. Mas o novo estudo indica que tanto a Chasma Boreale como as espirais foram criadas principalmente pela ação de fortes ventos, durante milhões de anos.
A nova pesquisa aponta também que a calota de gelo no norte marciano não é composta por muitas camadas relativamente planas, mas que conta com características mais complexas, entre as quais camadas com espessura e orientação diferentes ou camadas que simplesmente desaparecem em alguns pontos.
“Não se sabia da existência de uma estrutura de camadas tão complexa, que registram a história de acúmulo de gelo, erosão e ação do vento. A partir de agora, poderemos recuperar uma história detalhada do clima em Marte”, disse Holt.
Em 1982, Alan Howard, da Universidade da Virgínia, propôs em um artigo que as misteriosas espirais teriam sido formadas pela ação do vento, mas o trabalho foi ignorado pela comunidade científica, que bancava a hipótese da origem vulcânica. O novo estudo mostra que Howard estava certo.
Segundo Holt e colegas, a formação em espiral deriva dos ventos existentes na região, formados por ar denso e relativamente frio que circula a partir dos polos e por sobre as calotas.
A ação do vento é afetada pela força de Coriolis, perpendicular ao sentido do movimento do planeta. Na Terra, isso leva à formação de furacões, que giram em direções opostas nos hemisférios. Em Marte, essa força influencia nos ventos e nas depressões criadas, que assumem a forma de espirais.
___________________
Supernova ou velha ?
Até hoje, astrônomos observaram dois tipos de supernova. O primeiro é a gigante jovem que explode em uma exibição violenta à medida que entra em colapso por conta de sua própria massa. O segundo tipo é o da explosão termonuclear de uma estrela do tipo anã-branca, velha e densa.
Um novo tipo de supernova acaba de ser descrito – ou não. A novidade, ou melhor, a dúvida é destaque na edição desta quinta-feira (20/5) da revista Nature em dois artigos: um que defende se tratar de uma nova supernova e outro que afirma se tratar de um tipo conhecido.A estrela de enorme massa que explodiu foi detectada por meio de telescópios em janeiro de 2005, pouco após ter iniciado o processo de explosão. Desde então, ao investigar a estrela, pesquisadores de diversos países verificaram que se tratava de um fenômeno inusitado.
Denominada SN2005E, a supernova fica na galáxia NGC1032, vizinha à Via Láctea. Nas análises feitas desde 2005, alguns cientistas concluíram que a quantidade de material ejetado pela supernova era muito reduzida para ter se originado de uma gigante que explodiu.
Além disso, sua localização, distante das regiões conhecidas e movimentadas nas quais as estrelas se formam, implica que se tratava de uma estrela mais velha que levou bastante tempo para se deslocar de seu berço natal.
Mas a assinatura química da estrela que explodiu não se encaixava no segundo tipo conhecido de supernova. “O resultado deixou claro de que se trata de um novo tipo de supernova”, disse Hagai Perets, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, primeiro autor de um dos artigos.
Os pesquisadores fizeram diversas simulações em computador de modo a tentar entender que tipo de processo poderia ter levado ao fenômeno observado. Uma importante incógnita é a assinatura química.
Um tipo comum de anã branca que explode (conhecido como supernova tipo Ia) é composto principalmente por carbono e oxigênio, o que é refletido na composição do material ejetado.
“A nova supernova é vazia de carbono e oxigênio. Em vez disso, é rica em hélio. Ou seja, é surpreendentemente diferente das demais”, disse Dae-Sik Moon, do Departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Toronto, no Canadá, outro dos autores do artigo.
“As simulações feitas sugerem que um par de anãs brancas estava envolvido, um roubando hélio do outro. Quando o hélio da estrela que roubou se eleva além de certo ponto, ocorre a explosão. A estrela roubada é provavelmente destruída no processo, mas não sabemos ainda o destino da estrela que roubou o gás”, disse Avishay Gal-Yam, do Instituto Weizmann, de Israel, também autor do artigo que defende o novo tipo de supernova.
Mas Koji Kawabata, da Universidade de Hiroshima, no Japão, e colegas defendem no outro artigo publicado na Nature que a SN2005E é uma supernova tipo Ib.
Segundo eles, a supernova deriva de uma estrela de massa gigantesca que explodiu pelo colapso gravitacional em seu próprio núcleo. O caso da SN2005E seria raro por a supernova se localizar em uma região sem sinais claros da formação de estrelas.
“As duas interpretações diferentes oferecidas pelos artigos ilustram a atual incerteza a respeito da origem dessas explosões. Mas a composição incomum do material ejetado pela SN2005E e outros eventos similares terão implicações importantes para diversas áreas da astrofísica”, disse David Branch, da Universidade de Oklahoma, em um artigo na mesma edição da revista com comentários sobre os outros dois.